Quem Morre?
Pablo Neruda
Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um
redemoinho de emoções,
justamente os que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.
Trapiche da Rô
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Eu sei, mas não devia.
Marina Colasanti
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
domingo, 26 de julho de 2009
Marcas de um lar cristão

“Para que um lar tenha as marcas do cristianismo é necessário que cada membro tenha a preocupação de cultivar as marcas deixadas por Cristo em sua vida particular.Lares com as marcas de Cristo são aqueles nos quais os seus membros valorizam a comunhão à mesa.Todas as vezes que Jesus passava por Betânia tinha a certeza de que uma farta e gostosa refeição estava sendo preparada para ele e para seus discípulos (João 12.1 e 2).
Nos lares no quais há as marcas de Cristo existe uma prioridade para a comunhão à mesa. Hoje estamos perdendo esse tempo tão precioso que fortalece e une a família. É mais fácil comer no restaurante por quilo. As crianças de hoje, com raras exceções, não terão lembranças das receitas de suas mães e não terão, no baú de suas memórias, essas lembranças tão ricas.Lares com as marcas de Cristo são aqueles em que os seus membros são desprovidos de coisas materiais e valorizam o aspecto espiritual.Em João 12.1-3 encontramos o texto que narra Maria derramando uma libra de bálsamo de nardo puro aos pés de Cristo.Vivemos numa época em que o mais importante é ter coisas e o aspecto espiritual é desvalorizado. Maria estava transmitindo uma mensagem preciosa para as famílias de hoje. Sua mensagem era a seguinte: “Para mim o que importa não é o que tenho, mas como me relaciono com o Filho de Deus”.Essa é uma das marcas mais notáveis que uma familiar deve cultivar: priorizar a adoração. Lares com as marcas de Cristo são aqueles nos quais seus membros deixam um legado. Legado é mais do que uma herança material. Muitos pais tem se preocupado em deixar heranças materiais para os seus descendentes, mas o que Deus quer que deixemos é um legado para as gerações vindouras.Mateus 26.6-13 narra a mesma história contada por João 12.1-3. No verso 13 diz: “Em verdade vos digo que onde quer que for pregado em todo o mundo este Evangelho, será também contado para memória sua o que ela fez”.
Maria deixou para os cristãos de todas as épocas um legado. Que legado deixaremos para nossos filhos, netos e bisnetos? Que histórias irão contar sobre nós no futuro? Talvez não venhamos a ter ninguém escrevendo um livro biográfico sobre nós, mas com certeza irão contar algumas histórias sobre nossas atitudes, nossa vida. A pergunta que se coloca aqui é a seguinte: “Pelo que queremos ser lembrados após nossa morte?”.Nossos vizinhos, amigos e demais parentes desejam ver em nossas famílias essas marcas tão importantes. Temos procurado desenvolver essas marcas em nossas
famílias?”
Escrito por Gilson e Elizabete Bifano
domingo, 31 de maio de 2009

Instabilidade econômica pode afetar relacionamento entre casais
Ansiedade e irritação são causadas pela insegurança quanto ao futuro
Tríssia Ordovás Sartori
Crise financeira vem devastando casais
Para quem acompanha de perto a economia, os últimos meses foram cheios de números assustadores. Entre maio e novembro de 2008, por exemplo, a Bovespa teve queda de 59%. Foram 110 dias entre o melhor e o pior momento da bolsa de valores brasileira, causando transtornos que são sentidos até hoje. O desemprego aumentou, e as empresas passaram a tomar medidas drásticas para manter o quadro funcional. Mas a crise financeira não se limitou ao âmbito econômico ou de trabalho. Como consequência, instalou-se também nos relacionamentos e conseguiu ser devastadora entre muitos casais.
Assessor de investimento de uma financeira com sede em Caxias do Sul, William Teixeira relata que, no auge da crise, muitos operadores sofreram por causa da situação.
– É muito difícil não levar o problema para casa. Na época forte da crise, no fim do pregão, a gente saía para relaxar e não chegar tão tenso em casa – relata ele, que tem namorada e costuma acompanhar o desempenho das bolsas por canais de notícias.
Experiências como a de Teixeira são mais comuns do que se possa imaginar, mesmo para quem está longe desse tipo de trabalho. Na Espanha, um estudo revelou que quase um em cada quatro homens considera que a crise afeta sua vida sentimental. Ou seja, 23% afirmam que a crise está interferindo em seus encontros amorosos e os obrigando a reduzir gastos nas atividades relacionadas com busca de pares. Por exemplo: é preciso dizer adeus às cervejinhas das sextas-feiras, sacrificar um dia de “pegação” noturna ou reduzir os jantares românticos em restaurantes.
Na avaliação da psicóloga Suzymara Trintinaglia, as pessoas vivem em uma “sociedade exibicionista”, em que se prioriza o “ter” em vez do “ser”. Assim, uma baixa na economia acarreta na diminuição desses “paliativos para a felicidade”, como as compras, os bens de consumo e os cuidados com a aparência. Com a crise, elas passam a viver a insegurança do futuro, ficam mais ansiosas e irritadas.
– A crise mais exacerbada teve um efeito significativo na vida das pessoas. Se a mulher não pode fazer o que fazia antes, como arrumar o cabelo, por exemplo, pode interferir na relação conjugal – explica.
Como as mulheres normalmente fazem as compras da casa, percebem melhor esse transtorno. Os homens, por sua vez, considerados “provedores”, podem ser afetados de forma diferente, como a diminuição da libido. É aí que a crise financeira afeta ainda o desempenho sexual.
Uma pesquisa feita com 5 mil pessoas nos EUA mostrou que o sexo de 62% delas piorou. No Canadá, um estudo realizado em 2008 com 191 homens e mulheres mostrou que 12% tiveram o casamento desfeito por “motivos financeiros” nos últimos seis meses.
A tensão gerada pela instabilidade e pelas perdas que surgem com a queda das bolsas interfere no funcionamento do organismo como um todo. Com o pensamento fixo nas cotações 24 horas por dia, alguns registram problemas de libido. O urologista Gustavo Piazza Toniazzo percebe que a crise afetou, de um modo geral, pessoas em todos os níveis de escolaridade. Pelos atendimentos realizados no consultório, ele observa que os homens estão se sentindo mais inseguros do ponto de vista emocional, o que acaba se traduzindo em baixa do desempenho sexual e em problemas de ereção.
Assessor de investimento de uma financeira com sede em Caxias do Sul, William Teixeira relata que, no auge da crise, muitos operadores sofreram por causa da situação.
– É muito difícil não levar o problema para casa. Na época forte da crise, no fim do pregão, a gente saía para relaxar e não chegar tão tenso em casa – relata ele, que tem namorada e costuma acompanhar o desempenho das bolsas por canais de notícias.
Experiências como a de Teixeira são mais comuns do que se possa imaginar, mesmo para quem está longe desse tipo de trabalho. Na Espanha, um estudo revelou que quase um em cada quatro homens considera que a crise afeta sua vida sentimental. Ou seja, 23% afirmam que a crise está interferindo em seus encontros amorosos e os obrigando a reduzir gastos nas atividades relacionadas com busca de pares. Por exemplo: é preciso dizer adeus às cervejinhas das sextas-feiras, sacrificar um dia de “pegação” noturna ou reduzir os jantares românticos em restaurantes.
Na avaliação da psicóloga Suzymara Trintinaglia, as pessoas vivem em uma “sociedade exibicionista”, em que se prioriza o “ter” em vez do “ser”. Assim, uma baixa na economia acarreta na diminuição desses “paliativos para a felicidade”, como as compras, os bens de consumo e os cuidados com a aparência. Com a crise, elas passam a viver a insegurança do futuro, ficam mais ansiosas e irritadas.
– A crise mais exacerbada teve um efeito significativo na vida das pessoas. Se a mulher não pode fazer o que fazia antes, como arrumar o cabelo, por exemplo, pode interferir na relação conjugal – explica.
Como as mulheres normalmente fazem as compras da casa, percebem melhor esse transtorno. Os homens, por sua vez, considerados “provedores”, podem ser afetados de forma diferente, como a diminuição da libido. É aí que a crise financeira afeta ainda o desempenho sexual.
Uma pesquisa feita com 5 mil pessoas nos EUA mostrou que o sexo de 62% delas piorou. No Canadá, um estudo realizado em 2008 com 191 homens e mulheres mostrou que 12% tiveram o casamento desfeito por “motivos financeiros” nos últimos seis meses.
A tensão gerada pela instabilidade e pelas perdas que surgem com a queda das bolsas interfere no funcionamento do organismo como um todo. Com o pensamento fixo nas cotações 24 horas por dia, alguns registram problemas de libido. O urologista Gustavo Piazza Toniazzo percebe que a crise afetou, de um modo geral, pessoas em todos os níveis de escolaridade. Pelos atendimentos realizados no consultório, ele observa que os homens estão se sentindo mais inseguros do ponto de vista emocional, o que acaba se traduzindo em baixa do desempenho sexual e em problemas de ereção.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Hino Nacional - Análise
Hino Nacional Brasileiro: análise e interpretação crítica
Pretendemos neste trabalho analisar a letra do hino nacional brasileiro, baseados no momento histórico de sua criação e sua relação com o presente.
A letra do hino foi escolhida a partir de um concurso público realizado no final do século XIX, após a proclamação da República. O vencedor foi o poeta, professor, crítico literário, integrante da Academia Brasileira de Letras e jornalista carioca Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927).
A música já havia sido criada anteriormente pelo maestro Francisco Manuel da Silva (1795-1865), regente e criador do Imperial Conservatório de Música.
Foi instituído pela primeira vez em 20 de janeiro de 1890, e posteriormente pelo decreto nº 15.671 de 6 de setembro de 1922.
A letra original é a seguinte:
I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o Sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor desta igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao Sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques tem mais vida,"
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".
Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Ao ler a letra deste hino, podemos perceber que ele não tem a clareza necessária para passar as informações e ideologia que ele julga ser de se sua obrigação pois o seu vocabulário é extremamente complexo e com palavras de difícil compreensão e pronunciação.
Em alguns momentos, a letra do hino faz com a sua leitura ou canto se torne travada e incompreensível: "Brasil, um sonho intenso, um raio vívido", "Se em teu formoso céu, risonho e límpido", "Fulguras, ó Brasil, florão da América", " 'Nossa vida' no teu seio 'mais amores' "; "O lábaro que ostentas estrelado" e "E diga verde-louro desta flâmula".
Tais versos mostram claramente o pouco interesse do autor do hino em fazer uma letra pronunciável e de fácil compreensão e memorização, diferentemente da maioria dos outros hinos nacionais. "A Marselhesa", hino francês, era o canto de guerra dos soldados da cidade de Marselha durante a Revolução Francesa. Mesmo quem não é francês conhece os famosos versos "Allons enfants de la patrie (À frente filhos da pátria)".
Por ser uma letra criada especificamente para ser um hino, não houve uma preocupação na facilidade de reprodução deste. Com isso, criou-se um fenômeno até hoje criticado intensamente pelos setores conservadores da sociedade, que afirmam que "o povo brasileiro não é patriótico, nem sabe o seu hino!".
Pensamos que isto não é verdade, o povo brasileiro é extremamente patriótico. Basta que se repare nas demonstrações disto no dia-a-dia. Você não passa um dia sequer sem ver alguém na rua sem uma roupa com um símbolo nacional. Não necessariamente a camisa da seleção brasileira de futebol, e sim camisas, biquinis, bonés, chinélos, adesivos, etc com a bandeira nacional.
Podemos também pensar com relação aos "heróis nacionais". Ayrton Senna, Tom Jobim e mais recentemente o tenista Gustavo Kuerten. Não que estes personagens não tenham sido utilizados como manipulação de massas. Estamos discutindo aqui a paixão do brasileiro por representações de seu país. Quem não fica indignado quando ouve um estrangeiro falando que "o Brasil é o país do futebol, do café, da Amazônia e das mulatas (e da prostituição infantil, da miséria, das favelas...)"?
O hino vai na contra-mão deste sentimento, dificultando a exacerbação deste nacionalismo brasileiro.
Inicialmente, faremos uma "tradução" dos versos "incompreensíveis" deste hino, com definições do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa:
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
Plácidas: serenas, tranqüilas
De um povo heróico o brado retumbante
Brado: grito
Retumbante: que retumba, refletir ou repetir com estrondo
E o Sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Fúlgidos: brilhantes
Se o penhor desta igualdade
Penhor: garantia, prova
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
Vívido: luminoso, brilhante
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
Límpido: claro
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Resplandece: brilha
És belo, és forte, impávido colosso,
Impávido: destemido
Colosso: agigantado, descomunal
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Fulguras: brilha
Florão: Objeto circular, em forma de flor, em uma abóbada
Do que a terra mais garrida,
Garrida: (incógnita - encontrou-se somente a definição de sineta, pequeno sino)
O lábaro que ostentas estrelado,
Lábaro: estandarte dos exércitos romanos
Ostentas: mostrar, exibir
E diga o verde-louro dessa flâmula
Flâmula: bandeira estreita
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Clava: pau pesado, utilizado como arma
Foram dezesseis palavras de difícil compreensão encontradas no texto analisado, o que comprova o que havíamos afirmado anteriormente: a letra do hino é de difícil compreensão. Fora isso, podemos perceber quatro sinônimos do verbo brilhar (fúlgidos, vívidos, resplandece, fulguras), que já é utilizado uma vez (brilhou).
São encontradas duas duplas de versos redundantes: "E o Sol da liberdade, em raios fúlgidos/Brilhou", ou seja, "os raios brilhantes brilharam". " Gigante pela própria natureza/És belo, és forte, impávido colosso", ou seja: "gigante pela própria natureza, és belo, és forte, gigante destemido".
Partiremos agora para a análise dos versos que pensamos que sejam incorretos historicamente. Devemos considerar que é um hino oficial e que este tem como objetivo esconder os defeitos históricos do país.
Em "E o Sol da liberdade" e "Em teu seio, ó liberdade", podemos achar o primeiro erro. Desde o seu processo de "independência", ou melhor, "emancipação", o Brasil sempre esteve vinculado diretamente a uma ou mais potências estrangeiras principalmente a partir da dívida externa. Esta já foi acumulada no primeiro dia de sua existência como Nação independente politicamente, devido ao pagamento de uma "indenização" a Portugal.
"Se o penhor desta igualdade/Conseguimos conquistar com braço forte" apresenta-nos dois erros. Em "Se o penhor desta igualdade" podemos contestar a igualdade proposta. Até os nossos dias o país é criticado pela sua desigualdade social, que era ainda maior na época em que a letra foi escrita. O mesmo erro é apresentado em "Mas, se ergues da justiça a clava forte". A justiça no Brasil é também criticada até hoje pela sua ineficiência, lerdeza e parcialidade.
"Conseguimos conquistar com braço forte" nos mostra outro erro. O chamado processo de independência foi muito mais pacífico do que os das outras colônias, inglesas ou espanholas por exemplo. Somente ocorreram uns poucos conflitos no Norte e Nordeste - mais relacionados com Lisboa do que com o Rio de Janeiro - e levantes sociais motivados principalmente por ideais separatistas.
"Gigante pela própria natureza/És belo, és forte, impávido colosso" e "Fulguras, ó Brasil, florão da América" mostram um ideal de não fragmentação do território e de se formar uma nova potência no chamado "Novo Mundo".
"Glória no passado". Glória no passado?!
Podemos encerrar concluindo que por ser um hino oficial, ele deve engrandecer o país, mostrando sua grandeza, imponência, força e união. Todos os hinos buscam este ideal, mas o hino brasileiro é uma exceção, (assim como o país também foi uma exceção na sua "independência", mantendo o mesmo regime anterior e com o herdeiro deste regime) por ter sido criado por encomenda, passa as idéias ainda mais dificilmente.
Devemos também considerar a dificuldade da letra porque ela foi escrita durante o momento maior dos movimentos positivista e romântico. Isto também se vê claramente expresso no hino nacional brasileiro.
O hino é pouco conhecido em sua totalidade, por sua complexidade e dificuldade. Todos nós sabemos que o brasileiro (principalmente o homem) só aprende, ou decora o hino nacional durante as Copas do Mundo de futebol e no juramento obrigatório da Bandeira brasileira nas Forças Armadas. Qual é a utilidade disto?
Os hinos nacionais atualmente não tem mais muita utilidade. Querendo ou não, o mundo está cada vez mais "globalizado", onde o conceito de "país" está ficando cada vez mais perdido no ar. Os países estão se unindo em blocos econômicos que em mais menos ou menos tempo deverão suprir as próprias fronteiras territoriais dos seus integrantes. O mesmo processo ocorreu em épocas diferentes em todos os países europeus, que eram um aglomerado de pequenos reinos, feudos ou repúblicas e se uniram para ficarem fortes economicamente.
Neste momento de unificação, os símbolos de cada integrante do novo país foram desaparecendo com o tempo, por não fazerem mais sentido. Passaram a ser utilizados - em alguns locais até hoje - somente por aqueles que ainda cultivam um passado remoto, como é o caso de certos brasões medievais. Em geral, tais simbologias desapareceram.
Existem muitas características nacionais que não serão perdidas com o tempo, outras serão. Mas isto é um processo que vemos em toda a história, sem retorno. Os hinos estão fadados a acabar, tanto que somente os vemos em momentos de intensa nacionalidade como as "festividades" dos "500 anos", em eventos esportivos como jogos internacionais de futebol, Olimpíadas, corridas de F-1 ou em atividades governamentais e das forças armadas. Seu ciclo de instrumento de união contra uma sempre provável desagregação já se encerrou. Não se vê mais utilidade em tais elementos retrógrados, apêndice de um passado que só é cultivado pelos setores tradicionais da sociedade.
O confuso, incompreensível e velho hino brasileiro será mais cedo ou mais tarde trocado pelo símbolo de uma nova ordem. Não sabemos o que ocorrerá a curto, médio ou longo prazo, é impossível prevermos que simbologia, e de que, surgirá, mas os hinos estão fadados ao seu fim. Ainda bem.
www.klepsidra.net
Pretendemos neste trabalho analisar a letra do hino nacional brasileiro, baseados no momento histórico de sua criação e sua relação com o presente.
A letra do hino foi escolhida a partir de um concurso público realizado no final do século XIX, após a proclamação da República. O vencedor foi o poeta, professor, crítico literário, integrante da Academia Brasileira de Letras e jornalista carioca Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927).
A música já havia sido criada anteriormente pelo maestro Francisco Manuel da Silva (1795-1865), regente e criador do Imperial Conservatório de Música.
Foi instituído pela primeira vez em 20 de janeiro de 1890, e posteriormente pelo decreto nº 15.671 de 6 de setembro de 1922.
A letra original é a seguinte:
I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o Sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor desta igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao Sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques tem mais vida,"
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".
Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Ao ler a letra deste hino, podemos perceber que ele não tem a clareza necessária para passar as informações e ideologia que ele julga ser de se sua obrigação pois o seu vocabulário é extremamente complexo e com palavras de difícil compreensão e pronunciação.
Em alguns momentos, a letra do hino faz com a sua leitura ou canto se torne travada e incompreensível: "Brasil, um sonho intenso, um raio vívido", "Se em teu formoso céu, risonho e límpido", "Fulguras, ó Brasil, florão da América", " 'Nossa vida' no teu seio 'mais amores' "; "O lábaro que ostentas estrelado" e "E diga verde-louro desta flâmula".
Tais versos mostram claramente o pouco interesse do autor do hino em fazer uma letra pronunciável e de fácil compreensão e memorização, diferentemente da maioria dos outros hinos nacionais. "A Marselhesa", hino francês, era o canto de guerra dos soldados da cidade de Marselha durante a Revolução Francesa. Mesmo quem não é francês conhece os famosos versos "Allons enfants de la patrie (À frente filhos da pátria)".
Por ser uma letra criada especificamente para ser um hino, não houve uma preocupação na facilidade de reprodução deste. Com isso, criou-se um fenômeno até hoje criticado intensamente pelos setores conservadores da sociedade, que afirmam que "o povo brasileiro não é patriótico, nem sabe o seu hino!".
Pensamos que isto não é verdade, o povo brasileiro é extremamente patriótico. Basta que se repare nas demonstrações disto no dia-a-dia. Você não passa um dia sequer sem ver alguém na rua sem uma roupa com um símbolo nacional. Não necessariamente a camisa da seleção brasileira de futebol, e sim camisas, biquinis, bonés, chinélos, adesivos, etc com a bandeira nacional.
Podemos também pensar com relação aos "heróis nacionais". Ayrton Senna, Tom Jobim e mais recentemente o tenista Gustavo Kuerten. Não que estes personagens não tenham sido utilizados como manipulação de massas. Estamos discutindo aqui a paixão do brasileiro por representações de seu país. Quem não fica indignado quando ouve um estrangeiro falando que "o Brasil é o país do futebol, do café, da Amazônia e das mulatas (e da prostituição infantil, da miséria, das favelas...)"?
O hino vai na contra-mão deste sentimento, dificultando a exacerbação deste nacionalismo brasileiro.
Inicialmente, faremos uma "tradução" dos versos "incompreensíveis" deste hino, com definições do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa:
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
Plácidas: serenas, tranqüilas
De um povo heróico o brado retumbante
Brado: grito
Retumbante: que retumba, refletir ou repetir com estrondo
E o Sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Fúlgidos: brilhantes
Se o penhor desta igualdade
Penhor: garantia, prova
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
Vívido: luminoso, brilhante
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
Límpido: claro
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Resplandece: brilha
És belo, és forte, impávido colosso,
Impávido: destemido
Colosso: agigantado, descomunal
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Fulguras: brilha
Florão: Objeto circular, em forma de flor, em uma abóbada
Do que a terra mais garrida,
Garrida: (incógnita - encontrou-se somente a definição de sineta, pequeno sino)
O lábaro que ostentas estrelado,
Lábaro: estandarte dos exércitos romanos
Ostentas: mostrar, exibir
E diga o verde-louro dessa flâmula
Flâmula: bandeira estreita
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Clava: pau pesado, utilizado como arma
Foram dezesseis palavras de difícil compreensão encontradas no texto analisado, o que comprova o que havíamos afirmado anteriormente: a letra do hino é de difícil compreensão. Fora isso, podemos perceber quatro sinônimos do verbo brilhar (fúlgidos, vívidos, resplandece, fulguras), que já é utilizado uma vez (brilhou).
São encontradas duas duplas de versos redundantes: "E o Sol da liberdade, em raios fúlgidos/Brilhou", ou seja, "os raios brilhantes brilharam". " Gigante pela própria natureza/És belo, és forte, impávido colosso", ou seja: "gigante pela própria natureza, és belo, és forte, gigante destemido".
Partiremos agora para a análise dos versos que pensamos que sejam incorretos historicamente. Devemos considerar que é um hino oficial e que este tem como objetivo esconder os defeitos históricos do país.
Em "E o Sol da liberdade" e "Em teu seio, ó liberdade", podemos achar o primeiro erro. Desde o seu processo de "independência", ou melhor, "emancipação", o Brasil sempre esteve vinculado diretamente a uma ou mais potências estrangeiras principalmente a partir da dívida externa. Esta já foi acumulada no primeiro dia de sua existência como Nação independente politicamente, devido ao pagamento de uma "indenização" a Portugal.
"Se o penhor desta igualdade/Conseguimos conquistar com braço forte" apresenta-nos dois erros. Em "Se o penhor desta igualdade" podemos contestar a igualdade proposta. Até os nossos dias o país é criticado pela sua desigualdade social, que era ainda maior na época em que a letra foi escrita. O mesmo erro é apresentado em "Mas, se ergues da justiça a clava forte". A justiça no Brasil é também criticada até hoje pela sua ineficiência, lerdeza e parcialidade.
"Conseguimos conquistar com braço forte" nos mostra outro erro. O chamado processo de independência foi muito mais pacífico do que os das outras colônias, inglesas ou espanholas por exemplo. Somente ocorreram uns poucos conflitos no Norte e Nordeste - mais relacionados com Lisboa do que com o Rio de Janeiro - e levantes sociais motivados principalmente por ideais separatistas.
"Gigante pela própria natureza/És belo, és forte, impávido colosso" e "Fulguras, ó Brasil, florão da América" mostram um ideal de não fragmentação do território e de se formar uma nova potência no chamado "Novo Mundo".
"Glória no passado". Glória no passado?!
Podemos encerrar concluindo que por ser um hino oficial, ele deve engrandecer o país, mostrando sua grandeza, imponência, força e união. Todos os hinos buscam este ideal, mas o hino brasileiro é uma exceção, (assim como o país também foi uma exceção na sua "independência", mantendo o mesmo regime anterior e com o herdeiro deste regime) por ter sido criado por encomenda, passa as idéias ainda mais dificilmente.
Devemos também considerar a dificuldade da letra porque ela foi escrita durante o momento maior dos movimentos positivista e romântico. Isto também se vê claramente expresso no hino nacional brasileiro.
O hino é pouco conhecido em sua totalidade, por sua complexidade e dificuldade. Todos nós sabemos que o brasileiro (principalmente o homem) só aprende, ou decora o hino nacional durante as Copas do Mundo de futebol e no juramento obrigatório da Bandeira brasileira nas Forças Armadas. Qual é a utilidade disto?
Os hinos nacionais atualmente não tem mais muita utilidade. Querendo ou não, o mundo está cada vez mais "globalizado", onde o conceito de "país" está ficando cada vez mais perdido no ar. Os países estão se unindo em blocos econômicos que em mais menos ou menos tempo deverão suprir as próprias fronteiras territoriais dos seus integrantes. O mesmo processo ocorreu em épocas diferentes em todos os países europeus, que eram um aglomerado de pequenos reinos, feudos ou repúblicas e se uniram para ficarem fortes economicamente.
Neste momento de unificação, os símbolos de cada integrante do novo país foram desaparecendo com o tempo, por não fazerem mais sentido. Passaram a ser utilizados - em alguns locais até hoje - somente por aqueles que ainda cultivam um passado remoto, como é o caso de certos brasões medievais. Em geral, tais simbologias desapareceram.
Existem muitas características nacionais que não serão perdidas com o tempo, outras serão. Mas isto é um processo que vemos em toda a história, sem retorno. Os hinos estão fadados a acabar, tanto que somente os vemos em momentos de intensa nacionalidade como as "festividades" dos "500 anos", em eventos esportivos como jogos internacionais de futebol, Olimpíadas, corridas de F-1 ou em atividades governamentais e das forças armadas. Seu ciclo de instrumento de união contra uma sempre provável desagregação já se encerrou. Não se vê mais utilidade em tais elementos retrógrados, apêndice de um passado que só é cultivado pelos setores tradicionais da sociedade.
O confuso, incompreensível e velho hino brasileiro será mais cedo ou mais tarde trocado pelo símbolo de uma nova ordem. Não sabemos o que ocorrerá a curto, médio ou longo prazo, é impossível prevermos que simbologia, e de que, surgirá, mas os hinos estão fadados ao seu fim. Ainda bem.
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